As outras escolas socráticas “menores” desenvolveram-se lentamente no curso do século IV a.C. e suas mensagens morreram no início do século III. As novas escolas helenísticas, que retomaram algumas de suas instâncias, foram bem além delas e se impuseram com consistência bem mais significativa.
Os segundos cirenaicos despedaçaram a unidade da doutrina originária da escola e buscaram exatamente pôr em crise o próprio princípio no qual ela se apoiava. Dividiram-se em três correntes, encabeçadas, respectivamente, por Egéia, o “persuasor da morte”, Anicérides e Teodoro, dito “o ateu”. Egéia considera o prazer como o fim da vida, declarando-o, contudo, inacessível e por isso caindo em uma forma de pessimismo, declarando todas as coisas inteiramente “indiferentes”. Anicérides e seus seguidores procuraram evitar essas conseqüências extremas, sustentando que existem muitos outros valores que — como, por exemplo, a amizade, a gratidão, a honra aos pais e o amor à pátria — contribuem para a felicidade. Teodoro procurou seguir o caminho do meio, que acolhe até as idéias cínicas, e foi notável principalmente pelas refutações de todas as opiniões expressas pelos gregos sobre os deuses, sendo por isso chamado de “ateu”.
A escola megárica desenvolveu sobretudo a dialética, como já assinalamos, inclusive o seu aspecto erístico. Não negligenciou as doutrinas morais, mas não trouxe neste âmbito idéias particularmente originais. O componente eleático da doutrina tomou a dianteira do propriamente socrático e, em conseqüência, as polêmicas conduzidas pelos megáricos (contra Platão e Aristóteles) foram mais de retaguarda do que de vanguarda. Eubúlides foi notável por ter formulado alguns paradoxos erístico-dialéticos, que ficaram muito tempo famosos. Diodoros Cronos foi célebre pela sua polêmica contra a concepção aristotélica da “potência” e pela redução de todo ser ao “ato”. Estüpone (cerca de 360 - 280 a.C.) foi o último nome famoso da escola. Negou a validade de toda forma de lógica discursiva, sustentando apenas a validade do juízo de identidade (o homem é homem, o bem é bem etc.), com evidente espírito eleático. O sucesso dessa escola no mundo antigo dependeu em grande parte do gosto que os gregos tinham pelo virtuosismo da discussão dialética.