As fases e os períodos da história da filosofia antiga

A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma história mais do que milenar. Partindo do século VI a.C., chega até o ano de 529 d.C., ano em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas pagãs e dispersar os seus seguidores.

Nesse arco de tempo, podemos distinguir os seguintes perío­dos:

1) O período naturalista, que, como já dissemos, caracteri­zou-se pelo problema da physis e do cosmos e que, entre os séculos VI e V, viu sucederem-se os jónicos, os pitagóricos, os eleatas, os pluralistas e os físicos ecléticos.

2) O período chamado humanista, que, em parte, coincide com a última fase da filosofia naturalista e com sua dissolução, tendo como protagonistas os sofistas e, sobretudo, Sócrates, que pela primeira vez procura determinar a essência do homem.

3) O momento das grandes sínteses de Platão e Aristóteles, que coincide com o século IV a.C., caracterizando-se sobretudo pela descoberta do supra-sensível e pela explicitação e formulação orgânica de vários problemas da filosofia.

4) Segue-se o período caracterizado pelas escolas helenística- , que vai da grande conquista de Alexandre Magno até o fim da era pagã e que, além do florescimento do cinismo, vê surgirem também os grandes movimentos do epicurismo, do estoicismo, do ceticismo e a posterior difusão do ecletismo.

5) O período religioso do pensamento veteropagão, como já acenamos, desenvolve-se quase inteiramente na época cristã, caracterizando-se sobretudo por um grandioso renascimento do platonismo que iria culminar com o movimento neoplatônico. O reflorescimento das outras escolas seria condicionado de vários modos pelo mesmo platonismo.

6) Nesse período, nasce e se desenvolve o pensamento cristão, que tenta formular racionalmente o dogma da nova religião e defini-lo à luz da razão, com categorias derivadas dos filósofos gregos.

A primeira tentativa de síntese entre o Antigo Testamento e o pensamento grego foi utilizada por Füon, o Hebreu, em Alexan­dria, mas sem prosseguimento. A vitória dos cristãos iria impor sobretudo vim repensamento da mensagem evangélica à luz das categorias da razão. Esse momento do pensamento antigo, porém, não constitui um coroamento do pensamento dos gregos, assina­lando muito mais o começo da crise e a superação do modo de pensar dos gregos e preparando assim a civilização medieval e as bases daquilo que viria a ser o pensamento cristão “europeu”. Desse modo, mesmo levando em conta os laços que esse momento do pensamento tem com a última fase do pensamento pagão que se desenvolve contemporaneamente, ele deve ser estudado em sepa­rado, precisamente como pensamento véterocristão, sendo consi­derado atentamente, nas novas instâncias que ele instaura, como premissa e fundação do pensamento e da filosofia medievais.